Life and Death Matters

I'm good at trivia, listen to progressive rock, drink Gin & Tonics, and read philosophy when nature calls. Curiously enough, I'm also single.

Tuesday, September 23, 2008

Botando as Coisas em Perspectiva

Obrigado ao Vitor, homem sempre prestativo, por tornar mais claro a pessoas mal informadas (Marcos..........) o que que revoltado realmente quer dizer.



Mais uma vez, eu sou um mero reclamão.

Sunday, September 21, 2008

Pára Tudo!!!!!

Um tal de Mr. M deixou um comentário sobre meu último post indicando que eu sou muito revoltado. Este "muito" é meio mentira. Muito revoltado, para quem ainda não viu, está a seguir:



ou



Isso sim, Marquitos, é revoltado. Eu sou um mero reclamão.

Saturday, September 20, 2008

On Jews and Being Jewish

Supposedly, I'm Jewish. However, something tells me there's no such thing as "Jewish" as much as Hebrew, say. What there is is Jews, or the Jewish religion. And religion, as I have expressed earlier, is shit. I have no qualms in being egalitarian, so to speak, in holding in contempt not only "my" religion, but everybody else's (and I include here the militant atheism of Dawkins and Co.), especially the three religions of the Book, which are particularly hateful and which these days add nothing but ignorance and despair to whatever humanity it is we have left.

However, since the Church made sure that it would be the world's bastion of violence and ignorance for centuries on end; and since Islam has revealed itself to be particularly inept at living in a post-Enlightenment world (hell: it is still, for all practical purposes, stuck in the Middle Ages), Jews have been seen as reasonable, sane, down to earth, different from the other two more "barbaric" religions.

Which is why this makes me smile. Seriously, it makes me smile. It reminds me that not belonging to anything that can be remotely close to this nonsense is a profoundly wise decision, all modesty aside.

It also reminds me that the difference between ultra-orthodox Jews in Israel and ultra-orthodox Muslims in Afghanistan taking or having power, is a matter of timing and historical forces. Concerning the history, we once again have the issue of Judaism having not only faced the Enlightenment but also having learned and matured from it (which is why, up until Hitler, there were so many assimilated Jews in Europe who simply didn't care that they were Jews), which Muslims clearly did not. So, with Israel, we have a violence towards Arabs that many times stems from a series of sources, such as religion itself, ethnicity, and nationalism, whereas the Taliban is not nationalistic in the slightest, though they claim otherwise.

But how long before this small group of ultra-orthodox Jews we see in the article above see their behavior become the norm? It's a walk in the park to find Jews in Israel or the United States who have no issue with Israel being a terrorist state, since the Arabs are non-white/Muslim/choose-your-prejudice (and, for that matter, there seems to be no problem with evangelical Christians on this front, as verified by the US's Republican Party's stance towards Israel). If the Israeli government were to pursue an actual peace plan (with a US green light, of course), it is very likely a civil war would ensue in said state. After all, what would a militaristic soceity, run by warriors and religious hot-heads, do with itself if all of a sudden it were left without its principal enemy?

However (there's always good news somewhere), a growing number of Israelis (as evidenced by the mushrooming local peace movement, led by B'Tselem) and an ever-increasing number of practicing Jews throughout the world are already beginning to question openly what Israel is about, and whether it can ever move past its enmities, real or imagined; whether the state in question will be more than a watchdog for America and a playground for nationalist and religious zealots in its free time. They are finally beginning to realize that you either have a theocracy (Israel is, after all, a Jewish State) or a democracy. There is no meeting point between the two.

It has been suggested that I am self-loathing, principally because I refuse "my" religion (and "my" state, or so it would seem). I cannot comprehend, however, how it is that I and these ultra-orthodox Jews pictured in the Guardian's article share anything in common, save our common humanity, which they seem to utterly despise. But their attitudes are grounded on a doctrine, a doctrine available for anyone to read, for anyone to share or not. I choose not to. I refuse to be identified with people who, at the end of the day, are the real Judaism, the Judaism found in the Torah, the one where women, homosexuals and non-Jews are the scum of the Earth. I don't belong to a Chosen People, unless the chosen are unconditionally you and me, and I can't agree to be amongst those that pick and choose, based on words written by barbarians from thousands of years ago, who they will and will not consider their friends and foes.

Monday, September 08, 2008

Tragédias do Brasil

O Brasil teve duas grandes tragédias em sua história: o Império e a ditadura de '64. O primeiro por seu incrível anacronismo, mesmo à época, já que havia mais ao norte um bom exemplo de República bem-sucedida e, à fronteira, vizinhos que firmavam suas próprias versões deste estilo de governo (mesmo que modelos lamentáveis e pouco eficazes). O Brasil, país eleito por Deus, tinha, no entanto, uma elite que sabia melhor, e ficamos com um ditador, uma regência composta por recém-formados do Mobral e um acadêmico que, ó incômodo!, virou rei.

Daí veio '64. Nossa magnífica classe dominante, aliada às nossas paranóicas e ferozmente incompetentes forças armadas, desfilaram um golpe de estado, e pelas mais diversas razões, as principais sendo o perigo que corria a louvação à Cristo e, claro, a marcha da subversão que, como já disse Mino Carta, estamos a esperar até hoje. Foi um golpe que resultou num Brasil que, à primeira vista, era deslumbrante: não se ouviam queixas de estudantes hippies e pobres (e quando se ouvia, cassetete neles!). E melhor de tudo, a classe média pôde comprar seus Fuscas e geladeiras à prazo e curtir um Brasil livre de comunistas e pretos sujos à rua reclamando da vida. Viva o capitalismo!

As eventuais mortes de estudantes, jornalistas ou mecânicos por parte do aparato de "segurança" (terror, mesmo, era filha de "família boa" casar-se com algum pobre, ou vagabundo) eram, antes de '73, vistas como normais por grande parte da população; afinal, o Brasil crescia a um ritmo fantástico (veio depois a ser o país que mais cresceu no século vinte, segundo Delfim Netto, em entrevista de 2000 ao livro Histórias do Poder), abençoava o país um tal de milagre. As classes média e empresarial só vieram a perceber seu tosco erro em '73 e, principalmente, em '79, quando duas crises do petróleo tornaram mais difíceis comprar um Fusca e uma tevezinha bacana para chamar a vovó para ver a Fantástico domingo à noite. Ficamos, após a ditadura acima mencionada, com um país de economia dúbia, instituições ou lamentáveis ou inexistentes, uma população débil (o coronel Jarbas Passarinho consegui, como ministro da educação, deseducar um país inteiro), um corpo estudantil desmotivado e despolitizado e uma incapacidade patológica de dizer um firme não ao autoritarismo, à corrupção e à tortura, que até hoje é vista com bons olhos. A única coisa que melhorou desde então (digamos, '88) foi a economia. Não é pouca coisa, mas não é mais do que um começo.

O que certamente reflete neste perfil do jovem de hoje que o Datafolha pesquisou e publicou em julho deste ano. Vemos um jovem que, ao contrario do que se espera, é preocupado não com revolução ou em "causar", mas com arranjar um emprego, ter seu próprio dinheiro e casa própria e, claro, estudar. Mas poderia ser diferente? Até '95, estávamos acostumados com o preço de quase qualquer artigo mudar uma ou duas vezes em um só dia. Antes desta data, o Orçamento da União era um delírio, uma ficção. Só depois do Plano Real é que pôde vislumbrar-se, pelo menos do ponto de vista dos jovens, a obtenção de empregos fixos que não fossem estatais, financiamentos que não dessem errado no meio do caminho, a oportunidade de ir à universidade, mesmo que essa fosse a Uninove ou a Uniban.

E pior: este mesmo jovem não só tem perspectivas completamente individualistas, como também prima por um comportamento lamentavelmente conservador. Segundo a mesma pesquisa, vemos um jovem brasileiro que acha que a lei do aborto é boa do jeito que está (mesmo quando o aborto tornou-se, como descreveu José Gomes Temporão, um problema de saúde pública). Vemos um jovem que acha que se deve ter uma pena de prisão para menores de dezoito anos, que se deve proibir a maconha.

É rir para não chorar, especialmente porque este é o mesmo jovem que não acompanha o noticiário político, que insiste em ir a igreja procurar consolo, que não lê nem jornal nem livro, que acha que garotas devem casar-se virgens e que transam pela primeira vez aos quatorze, quinze anos. É profundamente deprimente ver, tanto na FGV, onde presentemente estudo, quanto em pesquisas como a do Datafolha, que os jovens hoje acham que a felicidade está em tradição, família e propriedade, este mesmo lema que custou-nos vidas, torturados, cidades ultraviolentas, mais e mais viciados em drogas, corrupção endêmica, mães aos dezoito, atraso em todos os sentidos.

Não sei dos jovens do resto do Brasil além de pesquisas como a que mencionei. Nem conheço direito os jovens da FGV. Mas se depender destas pesquisas e daqueles que conheci em sala de aula, o Brasil está fodido. Sim, fodido, esta é a palavra científica para se descrever o Brasil do futuro. Se o melhor que teremos como liderança próxima são pessoas que não se interessam pelo fato que pode-se se comprar até um ministro do Supremo Tribunal Federal, pessoas que acham que todo o patrimônio público é deles, pessoas que acham que um bom emprego e um carrão trazem felicidade, nós estamos fodidos. Mas até aí, nada de muito novo, o Brasil é uma bosta desde 1530.

Publico este post sem revisão; temo que, se revisá-lo, deixarei de ser honesto. Sei que não sou exemplo a ser seguido, pois muito caguei nesta vida, muitos erros cometi que eram evitáveis. Mas não pode ser que aquilo que o futuro guarda para o Brasil são líderes que não lêem e não se interessam, exceto por dinheiro, poder e uma cega devoção ao Livro Preto, supostamente composto pelas sábias palavras de um Velho Barbudo que, apesar de perfeito, criou as bichas, os pobres, os pretos e todos aqueles que estes mesmos devotos líderes amam odiar.

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