To my dear English-speaking readers, the following blog's in Portuguese. Once again, for translations, try out Foxlingo.
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Falo, já há algum tempo, para quem quer e não quer ouvir, que a única revista semanal que presta neste país é a Carta Capital. Digo isto por algumas razões. Primeiramente, parece-me ser a única cuja eminência parda, Mino Carta, aparenta preocupar-se com Jornalismo. Em segundo lugar, trabalham na revista jornalistas de verdade (Phydia de Athaide, Leandro Fortes, Ana Paula Sousa, et al.), pessoas que investigam e cumprem aquilo que é, ao meu ver (de leigo), o dever de todo indivíduo que pratica tal profissão: buscar a maior aproximação possível da verdade. Em terceiro lugar, em nenhuma parte da revista encontra-se um português massacrado por pseudo-jornalistas aparentemente semi-analfabetos.
Mais importante, talvez, seja o fato de que, apesar de saberem que não podem visar, como público-alvo, mais do que a classe média, a classe média-alta e a classe alta, aqueles que trabalham na Carta Capital aparentam demonstrar genuíno interesse no Brasil inteiro como assunto, não apenas no Brasil que serve à cobiça daqueles que, por sorte, ganância, ladroagem, trabalho ou uma mistura destes, ganham mais de R$800 por mês.
A revista em questão não é perfeita, de maneira alguma, e não concordo com tudo que ela fala e faz. Ao meu ver, sua posição quanto a política econômica do governo Lula não é correta; acho que a revista errou feio na sua reportagem quanto ao filme Tropa de Elite; e acho um violento equívoco o fato de a Carta Capital nunca entrevistar o corpo do contingente das Polícias Militar e Civil -apenas Capitães, Coronéis e Delegados, e isso só de vez em quando.
Mas continua a ser uma revista semanal honesta: sempre foi pró-Lula, e assim nos conta, desde sempre. E quando discordou do mesmo; de seu governo; ou daqueles proximos do presente presidente, assim notificou ao seus leitores. Mino Carta é uma pessoa de esquerda; todos na revista, aliás o são (ou pelos menos o aparentam ser). O foda aqui no Brasil, já que este é um país francamente de direita (entre, claro, as pessoas que ganham mais de R$800 reais por mês, que são os únicos que realmente têm voz na Grande Imprensa) é que ter uma revista dessas já faz a muitos chiarem, chiado esse que ouvi quando, na banca da Nove Julho, próxima à entrada da FGV, sugeri ao meu amigo Eitan comprar a Carta. Disse-me ele que ela era "tendenciosa". Sim, por que a Veja não é. Nem a IstoÉ, nem a Época, nem a Veja.
O problema é que aqui, em Terra Brasilis, aquilo que não vem ao encontro da opinião de certo sujeito (Eitan, neste caso) é tendencioso(a). Imagino que muitos partidários do PCdoB devem achar a Veja super tendenciosa e a Caros Amigos a nona maravilha do mundo moderno, especialmente aquela edição especial que, se não me engano, intitulava-se "Cuba, Sempre" (foi após esta edição, diga-se de passagem, que deixei de ler a revista).
Muito mais interessante, talvez, seja as pessoas primarem por duas coisas: a procura do bom jornalismo (seja ele de direita, esquerda, centro, da casa da minha avó) e o entendimento de que tudo que há em termos de jornalismo e informação, mesmo agências de notícias (Reuters, Efe, etc.), é tendencioso.
Por último, vale mencionar que a Veja e a IstoÉ viveram seus melhores momentos de jornalismo quando Mino Carta era chefe de suas respectivas redações. Provavelmente saiu por suas posições, mas isso é conjectura minha.
Aqui vai, então, em três partes, uma entrevista que Carta deu ao jornalista esportivo Juca Kfouri no programa "Juca Entrevista", da ESPN. É um programa esportivo e um dos principais focos da entrevista foi, ou era para ser, os jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro, onde houve uma roubalheira por parte dos organizadores (Arthur Nuzman e Cia Ltda.) incrível. Como caveat, menciono que Juca também é de esquerda e muito provavelmente votou para a Heloísa Helena na eleição de 2006 pois, em sua entrevista para a revista Caros Amigos em Junho do mesmo ano, apresentou certa preferência por esta candidata.
Entrevista, Parte 1
Entrevista, Parte 2
Entrevista, Parte 3
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Falo, já há algum tempo, para quem quer e não quer ouvir, que a única revista semanal que presta neste país é a Carta Capital. Digo isto por algumas razões. Primeiramente, parece-me ser a única cuja eminência parda, Mino Carta, aparenta preocupar-se com Jornalismo. Em segundo lugar, trabalham na revista jornalistas de verdade (Phydia de Athaide, Leandro Fortes, Ana Paula Sousa, et al.), pessoas que investigam e cumprem aquilo que é, ao meu ver (de leigo), o dever de todo indivíduo que pratica tal profissão: buscar a maior aproximação possível da verdade. Em terceiro lugar, em nenhuma parte da revista encontra-se um português massacrado por pseudo-jornalistas aparentemente semi-analfabetos.
Mais importante, talvez, seja o fato de que, apesar de saberem que não podem visar, como público-alvo, mais do que a classe média, a classe média-alta e a classe alta, aqueles que trabalham na Carta Capital aparentam demonstrar genuíno interesse no Brasil inteiro como assunto, não apenas no Brasil que serve à cobiça daqueles que, por sorte, ganância, ladroagem, trabalho ou uma mistura destes, ganham mais de R$800 por mês.
A revista em questão não é perfeita, de maneira alguma, e não concordo com tudo que ela fala e faz. Ao meu ver, sua posição quanto a política econômica do governo Lula não é correta; acho que a revista errou feio na sua reportagem quanto ao filme Tropa de Elite; e acho um violento equívoco o fato de a Carta Capital nunca entrevistar o corpo do contingente das Polícias Militar e Civil -apenas Capitães, Coronéis e Delegados, e isso só de vez em quando.
Mas continua a ser uma revista semanal honesta: sempre foi pró-Lula, e assim nos conta, desde sempre. E quando discordou do mesmo; de seu governo; ou daqueles proximos do presente presidente, assim notificou ao seus leitores. Mino Carta é uma pessoa de esquerda; todos na revista, aliás o são (ou pelos menos o aparentam ser). O foda aqui no Brasil, já que este é um país francamente de direita (entre, claro, as pessoas que ganham mais de R$800 reais por mês, que são os únicos que realmente têm voz na Grande Imprensa) é que ter uma revista dessas já faz a muitos chiarem, chiado esse que ouvi quando, na banca da Nove Julho, próxima à entrada da FGV, sugeri ao meu amigo Eitan comprar a Carta. Disse-me ele que ela era "tendenciosa". Sim, por que a Veja não é. Nem a IstoÉ, nem a Época, nem a Veja.
O problema é que aqui, em Terra Brasilis, aquilo que não vem ao encontro da opinião de certo sujeito (Eitan, neste caso) é tendencioso(a). Imagino que muitos partidários do PCdoB devem achar a Veja super tendenciosa e a Caros Amigos a nona maravilha do mundo moderno, especialmente aquela edição especial que, se não me engano, intitulava-se "Cuba, Sempre" (foi após esta edição, diga-se de passagem, que deixei de ler a revista).
Muito mais interessante, talvez, seja as pessoas primarem por duas coisas: a procura do bom jornalismo (seja ele de direita, esquerda, centro, da casa da minha avó) e o entendimento de que tudo que há em termos de jornalismo e informação, mesmo agências de notícias (Reuters, Efe, etc.), é tendencioso.
Por último, vale mencionar que a Veja e a IstoÉ viveram seus melhores momentos de jornalismo quando Mino Carta era chefe de suas respectivas redações. Provavelmente saiu por suas posições, mas isso é conjectura minha.
Aqui vai, então, em três partes, uma entrevista que Carta deu ao jornalista esportivo Juca Kfouri no programa "Juca Entrevista", da ESPN. É um programa esportivo e um dos principais focos da entrevista foi, ou era para ser, os jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro, onde houve uma roubalheira por parte dos organizadores (Arthur Nuzman e Cia Ltda.) incrível. Como caveat, menciono que Juca também é de esquerda e muito provavelmente votou para a Heloísa Helena na eleição de 2006 pois, em sua entrevista para a revista Caros Amigos em Junho do mesmo ano, apresentou certa preferência por esta candidata.
Entrevista, Parte 1
Entrevista, Parte 2
Entrevista, Parte 3